Indicadores financeiros e contábeis de uma empresa: o guia completo
Como você tem analisado as áreas financeira e contábil da sua empresa? Manter um bom controle sobre esses setores é uma ótima forma de manter a saúde financeira da sua instituição e permitir com que novos investimentos de sucesso sejam feitos.
Neste guia, você conhecerá alguns dos principais indicadores financeiros e contábeis de uma empresa, além de entender por que você deve analisar essas métricas com frequência. Boa leitura!
Motivos de analisar indicadores
Toda empresa precisa lidar com a concorrência, aprender a se destacar no mercado e conquistar cada vez mais clientes. Para fazer isso, é preciso fazer análises constantes em diferentes pontos para entender o que precisa ser mudado ou adaptado.
É aí que os indicadores financeiros e contábeis entram, já que eles permitem, por meio de dados reais e atualizados, analisar o desempenho da empresa de forma geral ou em áreas específicas. Isso permite fazer mudanças significativas para que a empresa continue em evidência no mercado e de acordo com as tendências do seu público.
Muitos gestores acabam por negligenciar essa etapa, pois se ocupam demais com a realização de diversas tarefas. Entretanto, é importante lembrar de que são os indicadores contábeis e financeiros que darão um norte para as suas atividades, já que mostrarão o que faz mais sentido naquela situação.
Indicadores da estrutura de capitais
Os indicativos de estrutura de capitais são métricas para acompanhar se o seu dinheiro investido está dando os resultados esperados, além de ajudar a avaliar a atual situação financeira da empresa. Eles são formados por um conjunto de dados que mostra como o negócio lida com as suas dívidas.
Com os indicadores financeiros e contábeis da estrutura de capitais, é possível analisar o real tamanho do deficit, além de descobrir se a instituição tem condições de pagá-lo. Para estruturar esse índice, é preciso conseguir os dados das dívidas de longo e curto prazo, além do atual patrimônio dos acionistas. Com eles, você poderá trabalhar dois cálculos importantes para entender melhor as suas dívidas.
O primeiro indicador é o endividamento total/patrimônio, que revela qual o valor investido na empresa pelos acionistas e o valor em dívidas que ela tem. Um número muito alto nesse indicador significa que a empresa não está conseguindo financiamentos ou gerar caixa, já que grande parte do montante recebido é usado para pagar dívidas e juros.
O segundo indicador é o índice de cobertura de juros, que mostra a capacidade do negócio em pagar os tributos adicionados em sua dívida sem comprometer a sua saúde financeira. Para calculá-lo, divida o EBIT (lucro antes dos juros e impostos) pelas despesas financeiras brutas.
Participação do capital próprio
O capital próprio é a divisão de todo o patrimônio que a empresa tem pelo que ela deve para terceiros. Ele também serve como um exemplo para avaliar a saúde financeira de uma empresa. Caso uma empresa tenha mais dívidas que patrimônio, além de não atrair a atenção e confiança dos investidores, ela terá um valor bem abaixo do mercado em caso de venda da instituição.
Existe também a situação em que o capital próprio é nulo, ou seja, a venda de todos os bens pagaria as dívidas, porém, não sobraria lucro. Por último, existe a situação ideal de capital próprio, no qual a empresa não ficaria em dívida se vendesse todo o seu patrimônio. O cálculo do capital próprio é muito simples, necessitando apenas dividir o valor do patrimônio líquido pelo passivo total, que é o conjunto de todas as suas dívidas ou gastos empresariais.
Participação de capital de terceiros
O capital de terceiros são montantes externos utilizados pelas empresas para fazer o financiamento de suas atividades, como é o caso dos financiamentos bancários. Ele é bastante diferente do capital próprio, já que é inteiramente oferecido por acionistas. É vantajoso utilizar capitais de terceiros quando o dinheiro pago por esses capitais for menor que o lucro adquirido pela sua aplicação. Caso o contrário, a empresa terá prejuízos, já que se constituirá dívida.
Para saber quanto de participação de capital de terceiro existe na rua empresa, some o passivo circulante (obrigações que precisam ser pagas durante o ano) com o exigível a longo prazo (dívidas que serão liquidadas ao fim do exercício financeiro seguinte).
Garantia do capital próprio ao capital de terceiros
Ainda é possível descobrir a relação entre o capital próprio e o de terceiros, permitindo que você descubra quanto de dinheiro externo está sendo utilizado para cada dinheiro próprio, além do grau de endividamento da empresa.
É importante fazer com que a sua empresa utilize mais recursos próprios, como o dinheiro vindo da venda de bens e produtos ou do investimento dos acionistas. Utilizar o capital de terceiros precisa ser bem pensado, já que empréstimos e outras formas de conseguir crédito podem ter uma alta taxa de juros, impedindo que a dívida seja paga com facilidade.
Para saber qual o custo médio ponderado do capital, é preciso multiplicar o peso e o custo de ambos os capitais de forma separada. Após, some os números obtidos e você saberá quanto de retorno financeiro a sua empresa precisa para se tornar atrativa na visão dos investidores.
Composição de endividamento CP
A composição de endividamento CP mostra a relação entre o passivo de curto prazo e o passivo total da empresa. Em outras palavras, mostra qual a porcentagem do seu passivo de curto prazo que é direcionado para o financiamento de terceiros. Um número alto de CP significa que a sua instituição está com problemas para lidar com seus financiadores. Isso pode fazer com que os custos de investimento sejam menores, porém, com riscos empresariais mais elevados que o normal.
Para calcular a composição de endividamento de curto prazo, é preciso dividir o passivo circulante pelo passivo total e multiplicar o resultado por cem. O resultado é dado em porcentagem, mostrando quanto a instituição se financia com recursos de curto prazo.
Composição de endividamento LP
Já a composição de endividamento LP diz respeito às dívidas de longo prazo, ou seja, que serão pagas em um período superior a um ano. Alguns exemplos desse tipo de pendência são: impostos a serem pagos, dívidas com instituições, previsões para contingências, entre outros.
Apenas alguns setores específicos, que não precisam altos investimentos para se expandir, conseguem ficar totalmente sem dívidas. Por isso, é preciso que a empresa foque não apenas em liquidar todas as suas pendências, mas que tenha uma rentabilidade maior que a taxa de juros imposta sobre o capital investido durante um período de alavancagem.
Para calcular a composição de endividamento de longo prazo, é preciso dividir o exigível a longo prazo pelo passivo total e multiplicar o resultado por cem. O resultado é dado em porcentagem, mostrando quanto a instituição se financia com recursos de curto prazo.
Grau de endividamento ou endividamento geral
Para saber o índice de endividamento geral da sua empresa, some os passivos de curto e longo prazo, e depois divida o valor obtido pelo total do ativo da empresa, este índice é utilizado para identificar até que ponto os ativos da empresa estão financiados com o capital de terceiros, comprometidos com a liquidação da dívida.
Indicadores de solvência e liquidez
Os indicadores financeiros e contábeis de liquidez servem para mostrar a capacidade da empresa em pagar as suas próprias dívidas, bem como de saldar qualquer outro compromisso financeiro com terceiros.
Quanto maior o índice de solvência, mais confiável a instituição se torna. Entretanto, ela não indica que o negócio será capaz de pagar todas as suas pendências nas datas de vencimento corretas, mas que, em caso de falência, a empresa terá como quitar todas as suas dívidas.
Para calcular o índice de liquidez corrente, é preciso dividir o ativo circulante pelo passivo circulante. Esse resultado mostrará a capacidade da empresa de cumprir suas obrigações financeiras no curto prazo. Diferente da liquidez corrente, a seca não considera o estoque em seu cálculo, mostrando assim apenas o real valor da liquidez do ativo circulante. Para encontrá-lo, é preciso subtrair o valor de estoque do ativo circulante e, então, dividir o resultado pelo passivo circulante.
O indicador de liquidez imediata considera todos os valores que estejam à disposição da empresa, como dinheiro em caixa e em conta-corrente. Ele é mais indicado para mostrar a capacidade da instituição em lidar com emergências financeiras. É preciso apenas dividir os valores disponíveis (sem valor de estoque ou contas a receber) pelo passivo circulante.
Por último, existe o indicador de liquidez geral, que mostra como a empresa lida com dívidas no médio e longo prazo. Por isso, ativos e passivos a longo prazo também entram na conta.
Para encontrá-lo é preciso, primeiramente, somar o ativo circulante com o realizável a longo prazo e dividir pelo somatório do passivo circulante com o exigível a longo prazo.
Indicadores de rentabilidade
Os indicadores contábeis e financeiros de rentabilidade mostram o quanto os investimentos feitos pela empresa renderam. Ou seja, quanto de lucro é obtido. Esses são os principais indicadores financeiros e contábeis para sócios e investidores, pois é a forma de saber se o tempo e dinheiro investidos na instituição estão valendo a pena.
Ainda, é possível lidar com diversos conceitos de lucro e, assim, ter uma análise mais detalhada desse índice e realizar um plano de negócios ou redução de custos.
Giro do ativo
O giro do ativo é a relação direta entre o volume de vendas e o dinheiro investido no negócio. Ele é considerado um indicador de margem de lucro, mostrando o dinheiro obtido por meio das vendas líquidas.
Dentro do giro do ativo ainda é possível calcular a margem de lucro bruto, na qual mostra como a empresa é capaz de absorver preços e como as receitas absorvem as despesas operacionais, bem como o desempenho da produção no controle de custos. Outra função da margem de lucro bruto é indicar o impacto do custo da mercadoria vendida sobre o lucro.
Já a margem operacional diz respeito à relação entre o lucro operacional e as vendas líquidas, além de exemplificar o impacto de despesas e custos operacionais sobre o desempenho da empresa em sua atividade na área operacional.
Para calcular o giro do ativo, é preciso apenas dividir a receita líquida pelo total médio de ativos. Para encontrar a receita líquida, é preciso somar tudo o que a empresa vendeu durante o ano, descontados os encargos e deduções sobre as vendas. O total médio é encontrado ao fazer a média anual do total de ativos da empresa.
Rentabilidade do ativo
A rentabilidade do ativo é uma ótima forma de avaliar os rendimentos da empresa ao longo do tempo. Esse índice mostra a eficiência dos ativos e a sua taxa de lucro. Quanto maior o seu número, melhor a instituição está. Ainda, é possível aumentar a receita, reduzir despesas e custos e fazer investimentos de forma mais segura, já que você terá em mãos quanto ganhará com as suas tomadas de decisão.
Para calculá-lo, é preciso dividir o lucro ativo anual pelo ativo total (ao fim do ano). Então, multiplica-se o resultado obtido por 100. Entretanto, não procure basear suas ações apenas em um único ativo: é necessário avaliar uma série de fatores e dados para analisar como está o seu negócio.
Indicadores de caixa e disponibilidades
Para que uma empresa tenha sucesso, é preciso ter controle do seu caixa, ou seja, saber sobre tudo que entra e sai da instituição. Além disso, é preciso avaliar constantemente os indicadores financeiros e contábeis dessa área, para verificar se o fluxo de caixa está como o esperado ou que mudanças devem ser feitas.
Um bom fluxo de caixa faz com que você identifique gastos desnecessários dentro da empresa. Uma vez identificados, você poderá cortá-los ou contar com a ajuda da equipe para economizar. Outro ponto que evidencia a importância do fluxo de caixa é ter um melhor planejamento financeiro para o seu negócio, pois você saberá exatamente o que gasta, podendo então fazer investimentos ou testar novas estratégias na empresa com maior segurança.
Fluxo de resultados
O primeiro dos indicadores contábeis e financeiros de caixa e disponibilidades é o fluxo de resultados, no qual é mostrado como funciona os resultados da empresa, bem como os seus custos e despesas. O seu cálculo é bastante simples. Para encontrar o fluxo de caixa operacional, é preciso somar o LAJIR (lucro antes de juros e impostos de renda) com a desvalorização e então subtrair pelos impostos do LAJIR.
Existe uma alternativa para encontrar esse índice por meio da consulta no relatório anual da empresa. Se o seu fluxo de caixa está positivo, significa que entra mais recursos do que sai, enquanto um fluxo negativo mostra que a sua instituição está com mais gastos que lucro.
Margem de contribuição
Margem de contribuição, que também pode ser conhecido como ganho bruto, mostra quanto de lucro feito pela venda de cada produto ajudará a empresa a cobrir todos as suas despesas, além de gerar lucro. Esse índice é uma forma de saber quanto precisará vender para que a sua empresa prospere financeiramente. É importante saber diferenciar custos de despesas, caso o contrário, o cálculo não será 100% fiel.
Para calcular a métrica de margem de contribuição, é preciso diminuir o valor das vendas pelo resultado da soma dos custos variáveis. Procure refazer esse cálculo de forma periódica, para que você consiga analisar os resultados obtidos.
Lucratividade
O índice de lucratividade mostra o ganho de uma empresa em relação a sua atividade exercida. A lucratividade de um negócio é muito importante, pois ter um número alto significa que a empresa consegue pagar as suas despesas e ainda gerar lucro.
Algumas pessoas costumam confundir com a métrica de rentabilidade, entretanto, ela serve para medir o retorno financeiro que um certo investimento traz para o seu negócio. Tenha em mente que uma empresa pode ser rentável sem ser lucrativa, ao mesmo tempo que uma instituição lucrativa pode não ser rentável.
Para fazer o cálculo de lucratividade da sua empresa, é preciso dividir o lucro líquido e receita bruta, para então multiplicar o resultado por 100. O lucro líquido é encontrado após subtrair as despesas e custos, enquanto a receita bruta é o valor total das vendas.
Ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio acontece quando o valor das receitas totais são iguais aos custos e despesas totais, ou seja, não existe lucro ou prejuízo. Se uma instituição apenas compra e vende produtos e não tem outro tipo de gasto, quando a diferença do valor de compra e venda for igual a zero, o ponto de equilíbrio foi alcançado.
A principal utilidade dessa métrica é saber o mínimo que será preciso faturar para começar a ter lucro. Também existe o ponto de equilíbrio financeiro e contábil, que têm a mesma premissa do índice anterior. Para calcular o ponto de equilíbrio, é preciso separar as suas despesas e custos fixos dos variáveis. Após isso, divida o custo variável total pela receita total de vendas. Agora, subtraia 1 do resultado anterior. Por último, o resultado obtido pelo total dos custos fixos e despesas.
Geração de caixa
A geração de caixa é considerado um dos melhores índices para mostrar a saúde do negócio. Quando ele está positivo significa que os ativos líquidos de uma empresa estão aumentando, já em situação negativa mostra que o seu controle patrimonial pode estar em risco.
É que comum que ele seja confundido com o lucro líquido, entretanto, no segundo é necessário adicionar no cálculo todas as contas a receber, o que não acontece na geração de caixa. Para calcular esse índice e conhecer a saúde financeira do seu negócio, é necessário diminuir do número total da receita líquida o custo dos produtos vendidos e as despesas administrativas e operacionais da instituição.
Saldo de tesouraria, necessidade de capital de giro
O saldo de tesouraria é a diferença entre ativos e passivos erráticos de uma empresa, bem como a diferença entre o capital de giro e a necessidade dele. O setor de tesouraria é quem cuida do controle de caixa e toma decisões estratégicas para a saúde financeira de uma instituição.
Além disso, ela lida com as contas a pagar e receber, fluxo de caixa, além da aplicação e captação de recursos financeiros. Para achar o saldo de tesouraria, é preciso subtrair o ativo do passivo errático.
Giro de estoque
O giro de estoque é o parâmetro que mostra como está a saúde do estoque de um negócio. Ele pode ser usado para qualquer tipo de estoque, tanto pequenos quanto mais complexos, além de poder ser utilizados em empresas dos mais variados setores.
De forma mais simples, o giro de estoque é a relação de quanto do estoque foi vendido e quantas reposições foram feitas em um espaço de tempo determinado. É possível calcular tanto de um produto específico quanto de uma grande variedade de produtos. Para calcular o giro de estoque é preciso dividir o estoque médio pela quandidade de estoque vendido ao ano.
Outros indicadores importantes
Além dos citados, ainda existem outros indicadores contábeis e financeiros que são importantes para conhecer melhor a sua empresa e servir de dado para as tomadas de decisão relacionadas ao futuro da instituição.
Retorno sobre investimento
O retorno sobre investimento (ROI) serve para avaliar qual foi o retorno financeiro de um projeto específico feito pela sua empresa. Para calculá-lo, é preciso diminuir o ganho obtido pelo investimento e, após isso, dividir pelo valor de investimento.
Assim, seguindo o nosso guia de indicadores financeiros e contábeis, você poderá começar a fazer análises mais profundas e frequentes na sua empresa, que servirão como parâmetro para investimentos, cortes e tomadas de decisão na instituição, para que ela se desenvolva e consiga cada vez mais lucro.
Segunda – Sexta:
09:00 às 18:00
Sábado:
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