Confira dicas de como planejar a sua aposentadoria
“Se você quer se aposentar, comece a poupar o quanto antes”. Esse conselho, dado por muitos pais e familiares, ilustra a importância da aposentadoria, afinal, quanto mais a gente conseguir. Não é para menos, segundo o IBGE, a população está vivendo cada vez mais, a taxa de natalidade diminuindo, e a tendência é que esses índices aumentem.
Em média, a expectativa de vida atual é de 76 anos, sendo 72,5 anos para os homens e 79,6 para as mulheres. Além disso, pensar no seu futuro e no da sua família é importante para se proteger de possíveis problemas financeiros,afinal, a gente nunca sabe o que pode acontecer. Por esse motivo, planejar a aposentadoria é essencial.
Outro motivo pelo qual os brasileiros estão pensando mais sobre assunto é a Reforma da Previdência. As mudanças ainda geram dúvidas sobre quantos anos de contribuição serão necessários e qual será o valor do benefício durante a aposentadoria.
Se até o momento você não tem planos concretos para o seu futuro durante a terceira idade, continue lendo esse artigo. Listamos as principais dicas para planejar a aposentadoria desde cedo.
Boa leitura!
Conheça as novas regras da Previdência Social
Um dos assuntos mais comentados do ano de 2019 foi a Reforma da Previdência e as suas consequências para a vida dos cidadãos. O Sistema de Previdência Pública possui filiação obrigatória, sendo destinado para todos os trabalhadores formais que exercem atividades remuneradas. Por isso, a contribuição para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é obrigatória.
Esse sistema é importante não só para a aposentadoria, pois ela também dá ao trabalhador a segurança de receber assistência em casos de acidentes de trabalho, licença maternidade e morte.
Porém, em muitos casos não é possível manter o padrão de vida apenas com a aposentadoria da Previdência Social. É importante ter em mente que na velhice os gastos normalmente são maiores com saúde, medicamentos e para necessidades específicas. Por isso, apesar do INSS ser essencial para nos mantermos em idades mais avançadas, é primordial ter um planejamento financeiro mais amplo pensando na aposentadoria.
Com relação às novas regras, só será afetado os trabalhadores que, até a data da promulgação da reforma, ainda não tinham todos os requisitos para se aposentar segundo as regras atuais. Ou seja, para quem já está aposentado ou pode se aposentar pelas regras atuais (mesmo sem solicitar o benefício) nada irá mudar.
Confira as principais mudanças feitas pela Reforma da Previdência.
Idade mínima e tempo de contribuição
A aposentadoria apenas por tempo de contribuição acabou. A partir de agora, para se aposentar, o homem deve ter, pelo menos, 65 anos com 20 anos de contribuição. Enquanto, a idade mínima para as mulheres é de 62 anos com 15 anos de contribuição.
Pela nova regra, esses anos de contribuição garantem 60% da média do valor do benefício (respeitando o teto).
Valor do benefício
Como dito anteriormente, tanto o piso, quanto o teto, são margeados em cima do tempo de contribuição, e funcionam da seguinte maneira:
para se aposentar com piso é preciso cumprir o tempo de trabalho estabelecido, a partir daí é feita a soma de todos os salários da sua carreira, e o seu benefício será em cima dos 60% desta soma
Se o seu objetivo for se aposentar com o teto, é preciso cumprir os requisitos mínimos (garantir o piso), e a partir daí cada ano a mais trabalhado garante um adicional de 2% no seu benefício, ou seja, para homens se aposentarem com 100% do auxílio precisam ter 40 anos de contribuição, já para as mulheres o período cresce para 35 anos de contribuição.
O que mais muda?
Atualmente o cálculo, tanto o piso, quando o teto é feito em cima da média de 80% dos salários recebidos ao longo da carreira, ou seja, 20% dos menores valores eram excluídos da conta. Com a Reforma da Previdência essa porcentagem não será excluída.
Valor da contribuição
A Reforma da Previdência também mudou a alíquota de contribuição dos setores públicos e privados. No setor privado o valor de contribuição varia entre 7,5% e 14%, de acordo com a faixa de salário do trabalhador, como ocorre no cálculo do imposto de renda. Já para setor público a contribuição também se inicia em cima dos 7,5%, mas há uma variação no teto que pode chegar até 22%.
Como funcionava
Existiam três faixas de contribuição até o teto de R$ 5839,45 (o máximo que uma pessoa pode se aposentar pela previdência social). A divisão funcionava assim:
•Salários até R$1751,81 – 8% de contribuição
•De 1751,82 a 2919,72 – 9% de contribuição
•De 2919,73 a 5839,45 – 11% de contribuição
Com a promulgação da Reforma alíquota de contribuição, embora pareça maior, efetivamente é menor (até determinada faixa salarial, que, considerando o teto, pode ser de até 11,68%), isso porque a contribuição é progressiva, ou seja, é como se você subisse de categoria à medida que fosse ganhando um salário maior.
Exemplo: Enzo ganha um salário mínimo, equivalente a R$998, sendo assim ele paga a alíquota única de 7,5%. Mas Valentina ganha R$1500, já entrando na faixa de contribuição dos 9%, porém a conta não é tão quadrada, na verdade ela vai contribuir 7,5% em cima dos R$ 998 (mínimo) e 9% em cima do excedente (R$502).
Considere fazer uma previdência privada
É inegável que as novas regras de contribuição fazem com que o caminho para a aposentadoria fique mais longo, por isso o ideal é que o planejamento financeiro focado neste período da vida seja estruturado desde cedo. Neste cenário, a previdência privada se tornou um investimento muito atrativo.
Ela atua como um sistema complementar e facultativo de seguro, sendo administrado por bancos, seguradoras ou Fundos de Pensão. As contribuições são mensais, em geral, por boleto ou débito em conta, o que facilita a disciplina dos pagamentos.
Existem diversos planos de previdência privada, por isso, pesquise bastante sobre as opções disponíveis para fazer a melhor escolha para o seu caso, mas para ajudar nessa escolha vamos exemplificar a diferença entre os principais planos: PGBL e VGBL.
§ O Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) é indicado para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda (IR), pois com ele é possível ter uma dedução de até 12% em sua declaração anual, vale ressaltar que ao resgatar o plano, o Imposto de Renda será em cima do valor total resgatado, ou seja, do que foi investido + os rendimentos.
§ Enquanto o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) é recomendado para as pessoas que fazem a declaração simplificada do IR, pois com ele não é possível ter dedução na declaração de IR, porém, ao resgatar o plano o imposto será em cima somente dos rendimentos e não no montante total.
Também devem ser considerados no momento da escolha:
§ o regime de tributação (que pode ser progressivo ou regressivo);
§ o valor da taxa de carregamento;
§ o valor da taxa de administração;
§ a rentabilidade do fundo de investimento atrelado ao plano escolhido.
Faça um planejamento financeiro
Assim como na gestão de uma empresa, a sua vida pessoal também precisa de um planejamento. Todas as decisões financeiras impactam diretamente o seu futuro e o da sua família e, por isso, precisam ser tomadas com responsabilidade.
Busque o equilíbrio entre os gastos no presente e os investimentos para o futuro. Dessa forma, será possível ter uma vida confortável agora sem prejudicar a qualidade de vida que você deseja durante a velhice.
Planejar a aposentadoria e aproveitar a melhor idade com tranquilidade é o sonho de muitas pessoas. Para que esse objetivo se torne uma realidade, o ideal é começar a investir o quanto antes para garantir uma boa qualidade de vida no futuro sem comprometer a sua vida no presente.
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